Nasceu em 10/04/1892, em Mecejana,
perto de Fortaleza – Ceará, e faleceu em 02/02/1982, no Rio de Janeiro. Filho
de Lauro Sodré, e Theodora D’O de Almeida, ambos paraenses de Belém. Foi esportista – um dos fundadores, jogador e
presidente do Botafogo de Futebol e Regatas. Participou de vários jogos da
seleção brasileira, conhecido como Mimi Sodré, “um jogador muito puro e de
futebol maravilhoso”.
Teve como profissão a Marinha de
Guerra, exercendo funções de destaque até o fim da carreira como Almirante de
Esquadra. Ainda aluno da Escola Naval, leu o livro de Baden Powel – Scouting
for Boys, que muito o impressionou, dado ser uma obra que visava ao problema da
educação do jovem. Entusiasmado com o
objetivo do Movimento Escoteiro, abraçou os seus ensinamentos, e a ele se
dedicou por toda a sua vida, exercendo várias funções na UEB. Chefiou os
seguintes grupos: 1º Grupo de Escoteiros de Belém, Grupo de Paquetá, Grupo do
Botafogo (2 fases) e Gaviões do Mar (2 fases).
Dirigiu os primeiros Cursos para Chefes da FBEM e da UEB, em vários
Estados do Brasil.
Em setembro de1925, publicou sob o
pseudônimo de Velho Lobo o “Guia do Escoteiro” reconhecido como um dos melhores
e dos mais completos livros para os jovens escoteiros. Foi Comissário Técnico da UEB (2
legislaturas); membro do Conselho Nacional da UEB e do Conselho Regional RJ
Comissário Nacional dos Escoteiros do Mar – título vitalício; Presidente da FBEM
– várias legislaturas.
Determinado em sua luta pela educação
dos jovens, dividindo-se entre Marinha e Escotismo, escreveu em 12- 07-1923, em
um de seus livros de anotações:
Velho Lobo à esquerda |
“Desde que entreguei-me a este afã de
trabalhar pelo desenvolvimento do Escotismo no Brasil, nunca mais tive
descanso. Quase não tenho um momento para minha família. Os dias todos, até os
domingos, a escrever, a trabalhar. São reuniões, congressos, excursões,
acampamentos, a seguir sem interrupção. Às vezes quero parar. Sinto que me sacrifico,
mal cuido dos meus, de minha Zi, mal tenho tempo de uma olhadela furtiva nos
três que estão tão engraçados. É sempre a mesma obcecação: Escotismo!
Escotismo! Muitas vezes quero parar, mas não posso. Há uma força dentro de mim
que me impele a esse trabalho febril a que me entreguei; trabalho pequenino, de
formiga, mas que há de pesar nos destinos de nossa Pátria. E eu marcho para
frente, sempre com o mesmo ardor, sempre com a mesma fé nas conseqüências
regeneradoras dessa surpreendente escola.”
Além do Escotismo, dedicou-se também
a outras instituições ligadas à Educação e à Cultura. Foi Grão Mestre da
Maçonaria, Presidente da Campanha Nacional das Escolas da Comunidade, do
Cenáculo Fluminense, da Associação de Ex-Alunos da Escola Superior de Guerra, e
outras mais. Recebeu significativas
condecorações em todas as áreas em que atuou. Como escoteiro, recebeu: Cruz de
São Jorge, Medalha Tiradentes, Tapir de Prata,
Conselheiro Perpétuo – UEB
(11/05/76)
Autora: Dora Sodré, filha do Velho
Lobo.
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